quarta-feira, 25 de abril de 2012

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim pesa,
pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte se sabe
de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte
- será arte?


 Ferreira Gullar

terça-feira, 24 de abril de 2012

É tiro!

A fotógrafa americana Deborah Bay registrou close-ups de disparos de vários tipos de armas contra painéis de acrílico à prova de balas na série de fotos 'The Big Bang'. Ela batizou a série com esse nome por acreditar que as imagens lembram explosões de estrelas.

Ela também diz que as imagens chamam a atenção para o poder destrutivo das armas de fogo. A fotógrafa disse que teve a ideia para a série de fotos depois de ver em uma vitrine de uma loja especializada vários painéis de acrílico que exibiam balas incrustadas.

O acrílico capturou a fragmentação das balas e também deu um registro visual da energia liberada no impacto', escreveu a fotógrafa em seu site: http://www.deborahbay.com/bigbang


A fotógrafa então conseguiu painéis de acrílico a prova de balas em sua cidade, Houston. Bay, conta que os disparos contra os painéis foram feitos por profissionais da polícia no Instituto de Segurança Pública da Universidade Comunitária de Houston.

Após os disparos, ela colheu as imagens em seu estúdio da fotógrafa, muito depois de os disparos terem sido feitos, com as balas já presas nos painéis.

domingo, 22 de abril de 2012

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Animal Art

Iori Tomita transforma um processo científico criado para estudo de organismos em uma forma de colorir os esqueletos de animais pequenos.
O artista japonês Iori Tomita utiliza um método científico para transformar animais conservados em laboratório em objetos de arte. Para conseguir o resultado, Tomita, que é formado em Ciências Pesqueiras na Universidade de Kitasato, modifica as proteínas do corpo dos animais com químicos, para deixá-los transparentes. Em seguida, ele injeta um pigmento magenta nos ossos dos animais e um colorante azul em suas cartilagens.
Em seu site, o artista explica que o procedimento foi criado para permitir o estudo dos esqueletos dos animais. Tomita diz que cria espécies transparentes 'como objetos que farão com que as pessoas se sintam mais próximas das maravilhas da vida'. Segundo ele, os objetos finais podem ser vistos como experimentos científicos, obras de arte e até como 'uma porta de entrada para a filosofia'.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Desencanto


Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!
Qualquer forma de amor vale amar!


Manoel Bandeira

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Stereophonics - Maybe Tomorrow

I've been down and I'm wondering why
These little black clouds keep walking around with me,
With me

 It waste time and I'd rather be high
Think I'll walk me outside and buy a rainbow smile but be free,
They're all free

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

 I look around at a beautifiul life
Been the upperside of down
Been the inside of out but
we breathe,

We breathe I wanna a breeze in an open mind
I wanna swim in the ocean
Wanna take my time for me,
All me

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Gosto quando te calas


Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.


Pablo Neruda

terça-feira, 3 de abril de 2012

Soneto

Carregado de mim ando no mundo,

E o grande peso embarga-me as passadas,

Que como ando por vias desusadas,

Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.


O remédio será seguir o imundo

Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,

Que as bestas andam juntas mais ousadas,

Do que anda só o engenho mais profundo.


Não é fácil viver entre os insanos,

Erra, quem presumir que sabe tudo,

Se o atalho não soube dos seus danos.


O prudente varão há de ser mudo,

Que é melhor neste mundo, mar de enganos,

Ser louco c'os demais, que só, sisudo

Gregório de Matos

domingo, 1 de abril de 2012

Street Art

Belo Horizonte /MG /Brasil



Vaga-Lume


Dois livros da Coleção Vaga-Lume vão virar filmes

Os livros “O Mistério do Cinco Estrelas” e “Um Cadáver Ouve Rádio”, os dois de Marcos Rey e da coleção infanto-juvenil Vaga-Lume, vão ganhar adaptações para o cinema nas mãos da produtora RT Features.

Com roteiros de André Sirangelo, os dois longas-metragens serão rodados simultaneamente e com a mesma equipe, que será responsável por levar aos cinemas as aventuras do trio de amigos Leo, Gino e Ângela – personagens principais dos dois livros.

“O Mistério do Cinco Estrelas” foi escrito em 1981 e narra a investigação do trio de um assassinato em um hotel de luxo. Já “Um Cadáver Ouve Rádio”, de 1983, tenta desvendar a morte de um sanfoneiro encontrado morto ao lado de um rádio ligado.