quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Me Mata Atlântica

Quando penso em lhe escrever um poema 

confesso que não sei o que dizer.

 

Recosto meu ouvido em teu seio, como se pelo solo

da tua pele escutasse com receio o continuo pulsar do mar;

o olhar dos espectadores ao sol quando em ondas arrebentas na areia.

 

Talvez escrevesse a surpresa do ineditismo de cada encontro.

Talvez teu cheiro, daquela tarde daquele específico momento.

Seja relevante em palavras discorrer este conto.

 

Em frondosa flora contemplo os diversos teus seres e flores

e em espanto no balançar do vento me perco neste poema.

 

Somos páginas há pouco escritas de um livro 

ainda com muitas laudas em branco.

Há muito a que se dizer, me pergunto como?

 

Abriste em mim um mundo que desconhecia.

Ouça: Eu tenho muito de você em meu coração.

 

 

É especial; é diferente. Me encanto e se não há espanto:

 

Não tem poesia.



Igor Moreira