quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ela




Nunca vi, - não sei se existe
Uma deidade tão bela,
Que tenha uns olhos brilhantes
Corno são os olhos dela!
F. G. BRAGA



SEUS OLHOS que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde corri rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com a meiguice e com primor.


Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspirada em doce poesia
Ao meu terno coração!


Sua boca meigo e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se realiza


Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.


Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
0 Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim


Eu quisera ouvir um - sim -
Pr’a alívio do coração!


Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
Faz-lhe gozar teu portento
"Dá-lhe um suspiro de amor!"


Machado de Assis







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